Veneza, 23 de maio de
1720
Meu amor, Pietro Alvisi! Espero que, quando receberes esta carta, esteja tudo bem contigo e desejo que quando a leres te lembres de mim. Eu chamo-me Vanina e sou aquela rapariga a quem tu deste uma rosa colhida da trepadeira mais perfumada de Veneza, há quinze dias.
Queria agradecer-te muito por, naquele dia, me teres dado aquela rosa maravilhosa. Foi o melhor presente que me deram até hoje!
Desculpa não ter dito nada nessa noite… Apenas me limitei a fugir, pois fiquei tão envergonhada que nem podes imaginar!
Quando te vi naquele jantar de gala, apaixonei-me logo por ti. Bom, foi amor à primeira vista!!! Quando olhei para os teus olhos azuis como as ondas do mar e para o teu cabelo loiro como os campos de trigo, imediatamente pensei que estava perante um deus grego.
Desconheço o que sentiste por mim quando me viste, todavia queria declarar a minha paixão por ti. Estou perdidamente apaixonada e sinto o meu coração em brasa…
Ficai sabendo que nunca ninguém me tinha cortejado desta forma… Recebi a rosa mais bonita que existe entre todas as rosas. Só de pensar no seu sorriso tão doce como os bombons ou na sua voz tão pura e delicada, fico sem palavras e sem graça nenhuma.
Tenho, no entanto, um grande segredo: a minha vida não é fácil, porque estou prometida a um velho chato e feio, todavia farei o que for possível para me encontrar de novo contigo. Eu sei que és pobre, apesar de seres filho de um visconde, e o meu tutor é um homem riquíssimo e conceituado por estas terras, mas isso não há de impedir o nosso encontro.
Desde essa noite que sonho contigo… É impressionante como o meu subconsciente trabalha de forma tão harmoniosa, trazendo-me a felicidade eterna. Confesso, nestas humildes palavras, o amor que me liga a ti e a cada minuto te amo mais.
Não quero aborrecer-te mais com esta carta, por isso fico-me por aqui.
Gôndolas e gôndolas de beijosVanina
Amélia, 7ºA