
Amarante, 19 de Dezembro de 1993
Querido Pai Natal, vou contar-lhe a minha história de vida.
Então é assim: a minha mãe não me teve por livre vontade, diz ela. Eu fui um acidente, com o qual ela não estava nada a contar. Na verdade, não havia planos para me terem.
Eu fico triste por saber que fui um acidente, que nunca fui desejada por ninguém…Tenho apenas 8 anos, mas já sei muito da vida! O meu pai abandonou a minha mãe, quando eu tinha apenas 3 anos. Desde aí, a nossa vida tem-se complicado e muito. A minha mãe não tem muitas posses para nos dar presentes. Sim, porque eu tenho mais um irmão e o Jaime só sabe pedir coisas que custam um dinheirão! Assim, a minha mãe mão me dá uma boneca nem me dá aquilo que o meu irmão quer…
E com isto tudo ainda não me apresentei… Que vergonha! Eu chamo-me Soraia, sou loira, de olhos azuis, cabelo aos caracóis e ando sempre com um sorriso na cara!
Eu queria apenas que o meu pai me viesse visitar neste Natal. Tenho tantas, mas tantas saudades dele! Tenho saudades dos abraços e dos beijinhos que ele me dava, dos carinhos que ele não me dava como um pai normal. Tenho saudades do sorriso dele, do olhar meigo com que ele me olhava, … Enfim, tenho saudades dele! Eu só queria isto! Quero vê-lo, quero senti-lo, quero enchê-lo de beijinhos e de carinhos, de abraços, agarrá-lo e nunca mais o deixar ir embora…
Muitos beijinhos,
Soraia Pacheco
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